Prisão por homofobia: pai é preso após ameaçar filho em Natal

 



A Polícia Civil cumpriu, na manhã desta segunda-feira (9), um mandado de prisão por homofobia no bairro de Candelária, Zona Sul de Natal. O alvo foi um auditor fiscal aposentado, investigado por crimes de injúria qualificada, discriminação, violência psicológica e ameaça de morte contra o próprio filho. Todos os crimes têm como motivação a não aceitação da orientação sexual da vítima.

A Delegacia Especializada de Combate a Crimes de Racismo, Intolerância e Discriminação (DECRID) conduziu a operação. A ação contou ainda com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) e com a presença do cão policial Aquilles, já que havia suspeita de posse de armas na residência do investigado.

Ameaças e histórico de violência

Segundo as investigações, os ataques começaram em 2020, quando o pai descobriu a homossexualidade do filho. De lá para cá, as ameaças se intensificaram, especialmente nas últimas semanas, em razão da proximidade de um evento familiar no interior do estado.

Testemunhas relataram que o investigado planejava ir ao encontro mesmo sem convite, com o objetivo de cometer um atentado. Durante a abordagem, ele confirmou que pretendia viajar para o mesmo local, mas não explicou o motivo. A polícia também encontrou registros anteriores de comportamento violento, incluindo ameaças a vizinhos e episódios de intimidação.

Em um dos relatos mais chocantes, ele teria dito: “o ‘cabra’ nasce homem e inventa de ser mulher, aqui em casa não bebe água”. Essa frase foi proferida na frente dos agentes no momento do cumprimento do mandado.

Além disso, a apuração reuniu registros policiais anteriores que reforçam o comportamento agressivo do suspeito. Em uma das ocorrências, o homem é acusado de ameaçar um vizinho de morte. Em outro caso, após ser advertido por jogar lixo em local público, teria perseguido a vítima, afirmando: “sou velho e não tenho nada a perder”.

As investigações seguem em curso, com o objetivo de esclarecer todos os fatos e promover a responsabilização legal do suspeito.


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